segunda-feira, 31 de maio de 2010
Louise Bourgeois é para sempre.
Quando vi a aranha de Louise, pela primeira vez, levei um susto. Depois, como tudo na vida, acostumei o olhar. E a aranha já não me assustava mais. Mais adiante, olhei a aranha e gostei. Achei o máximo aquela imensa solidão feita de metal e tristeza modular.
Eu - que sempre me achei "filho do carbono e do amoníaco, monstro de escuridão e rutilância" (hahaha, até parece...) -- ouvi de meus botões, que teimam em pensar por mim, mesmo quando não são consultados, que aquela aranha, sim, era a sanha que arranhava o carro e sarro que arranhava a Espanha. Sem aspas.
Assim como Fernand Léger, de quem foi aluna, Louise apertou o parafuso da modernidade com a maior sem-cerimônia. Diferente dele, fugiu do esquema. Não agiu mecânicamente, nem se doou ao gigantismo da “reprodução artística de massa”. É o que parece, afinal.
Ela soube dominar os quatro ventos da arte pós-construtivista e, vá lá, não falta de palavrinha melhor: surrealista.
A aranha está sozinha. Na verdade, como sempre esteve. Sem o olhar "físico" distante (ou distanciado) de Louise.
Assim como eu, a aranha se consola. Agora, Louise é para sempre.
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